quinta-feira, 11 de junho de 2015

Como passar na OAB "sem se acabar de estudar"?

Publicado por Matheus Galvão - 2 dias atrás

Durante o curso de Direito, nunca me estressei com estudos, ao contrário de muitos colegas. Enquanto antes da prova todos estavam se descabelando com anotações exageradas e ansiosos, eu estava calmo, brincando, "na minha". Digo sempre que existem quatro coisas que me ajudaram muito na faculdade:objetividadetranquilidadeleitura eobservação.

Com o Exame de Ordem, não foi diferente. Em fevereiro deste ano (2015) eu me formei e, a princípio, não faria a prova da OAB. Como não pretendia advogar, decidi esperar. Mas insistiram e eu acabei fazendo a minha inscrição. Os 220,00 reais mais chorados de minha vida.

Como passei na OAB sem me acabar de estudar

A primeira fase

Ninguém em sã consciência acha que aprendeu tudo na faculdade. Aliás, ninguém precisa aprender tudo na faculdade, mas precisa pelo menos compreender os princípios básicos da profissão e da prática.

A primeira fase cobra conteúdos de todas as disciplinas básicas em uma prova objetiva e você precisa acertar 40 das 80 questões. Então eu foquei em um objetivo: fazer 40.Objetividade. Para isso, comprei um livro -resumo de Ética Profissional. Uma das estratégias mais comuns é acertar todas as questões de ética e garantir uma boa parte da prova.

Depois, foquei nas matérias que mais gostava: Constitucional, Administrativo, Tributário e Processo Civil. Já disse que não dá para aprender tudo, muito menos acertar tudo, então foque nas disciplinas que você tem mais interesse e afinidade.

Resumos ajudam sim. Esqueça os preconceitos. Já condenei muito os resumos, mas na hora de uma prova crucial como esta eles são mais do que necessários. Só não aconselho a usarem para estudar durante a faculdade, mas para se preparar para uma prova como a OAB ele é fundamental.

Os joguinhos são o máximo. Estudei, também, resolvendo questões peloEndireitados, um Quiz com questões da OAB. Ele me ajudou a identificar os pontos mais deficientes no meu estudo, o que me fez focar nos assuntos que eu mais tinha dificuldade, especialmente nas matérias que eu não gostava.

Muita calma na hora da prova. Como falei, sempre fui tranquilo e na hora da prova eu estava com minha sandália Havaianas, bermuda e camisa, uma água, um biscoito Bono e um sorriso maroto. Resultado, cumpri meu objetivo. Fiz 40. Detalhe: cravado.

A segunda fase

Passado o pior, vinha agora a segunda fase: focada em uma área específica, a coisa fica "menos pior".

Eu nunca tive uma boa prática jurídica, não estagiei em escritório, apenas em gabinete de Juiz Federal, não sabia fazer uma peça, só o básico do que eu via passar por mim nos processos. Nunca fui um Mike Ross, mas tenho uma memória visual mediana, o que me ajudou na peça processual.

Saiba escolher a disciplina. Eu diria que existem duas formas de escolher em qual área do direito fazer a segunda fase. Uma é aquela que você tenha estagiado e tenha experiência prática, o que te dá uma segurança forte. A outra: é a que seja mais fácil de estudar. No meu caso, fui pela segunda. Escolhi Direito Tributário, pois sempre fui curioso na disciplina. Além disso, ela é compacta e tem poucas peças.

Estudei Mandado de Segurança como um louco. Caiu Apelação. Nessa hora, eu fui no Vade Mecum - é, você pode usar ele, sim! - dei uma revisada em recursos e me vali também da minha memória visual (os vários recursos do tempo da 4ª Vara Federal). Deu certo.

Mais uma vez os resumos. A prova da segunda fase não é um bicho de sete cabeças. Não. Ela é objetiva. Você deve responder o que eles perguntam. E o melhor: você pode consultar.

No meu caso eu preferi dar atenção às questões (tanto nos estudos quanto na hora da prova), mais do que à peça processual. Por quê? Porque eu não sabia fazer a peça 100%. Durante os estudos comprei um Vade Mecum Prática Tributária, dei uma lida no resumo da teoria e nos modelos e pronto.

Marque o Vade Mecum. Para você criar familiaridade com o seu material de consulta, o melhor é que você o estude antes e faça as marcações que são permitidas.

Faça as questões de provas anteriores. Esta dica não é novidade para ninguém. Entender o modelo da prova e sentir na pelé como se resolve as questões é essencial para fazer uma boa prova e sentir mais segurança durante a sua resolução.

Vídeos. Assistir vídeos ajuda muito a internalizar os conteúdos. Ver e ouvir estimula muito mais o aprendizado. Falando nisso, em breve tem novidade no JusBrasil, aguardem:)

No dia 17 de maio, fui para a prova tranquilo, mais uma vez. Eu diria que tranquilidade é 50% da prova. Ontem, meu nome estava na lista.

Como falei, a prova não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. É óbvio que você precisa dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, mas se você for objetivotranquilo eatencioso na leitura dos conteúdos, tudo dá certo.

Parabéns aos aprovados no Exame de Ordem e sucesso na profissão. Eu diria que agora existe uma estrada longa pela frente. Agora é a hora da verdade, se escolheu a advocacia, ela é a sua realidade.

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