sábado, 17 de abril de 2010

Apurada extorsão por acadêmicos de Odontologia da UFAM

 fonte: A Critica
Lúcio Pinheiro
Especial para A CRÍTICA

A Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops) abriu ontem investigação para identificar alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) acusados de extorquir e humilhar calouros do curso de Odontologia. A mãe de um universitário de 17 anos, depois de ver o filho chegar em casa todo sujo, na manhã de ontem, descobriu que, desde que ingressou na faculdade, o adolescente vinha sendo forçado a pagar R$ 10 para escapar de “prendas” impostas pela turma do 3º periodo do curso.

Ontem, ao chegar em casa com as roupas e o corpo pintados, o adolescente contou à mãe que ele e outros alunos da turma do 1º período eram obrigados pelos veteranos do curso a pagar “prendas” todos os dias. Assistir aulas usando cinco cuecas e vestir camisetas e calças do lado do avesso eram algumas das obrigações.

“Caso não cumprissem as ordens, os universitários teriam que pagar R$ 10”, contou a mãe, que pediu para não ter o nome publicado. O dinheiro seria para bancar uma futura rodada de bebida, da qual os calouros também participariam. “Eles ameaçavam agredir quem denunciasse o que estava acontecendo”, completou a mãe, que resolveu levar o caso à Deops, onde foi registrado um Boletim de Ocorrência. 

Durante a aula de ontem, realizada no minicampus, setor Sul da Ufam, os calouros foram surpreendidos pelos veteranos, que invadiram a sala, avisando que todos ali seriam vítimas de mais uma fase do trote. Mesmo na presença de uma professora, o grupo não desistiu de continuar com a “brincadeira”, contou o estudante. Os jovens foram forçados a sair da sala, para serem sujos com tinta, ovo podre e uma espécie de mistura de fezes com urina.



Meu coment:
Colegas, o trote é histórico em todas as Universidades do País. Entretanto existe uma linha tênue entre o que seria apenas uma brincadeira de adolescentes e a dignidade da pessoa humana, defendida pela nossa Constituição Federal. Há de se respeitar o limite do bom senso, onde participa do trote apenas quem quer passar por essa experiência, e não obrigando futuros colegas de profissão a se submeter ao ridículo e podendo até causar graves consequências no psíquico dos calouros. 
Apóio a atitude do colega em denunciar, pois tudo deve ser passível de verificação e defesa, onde os direitos devem ser respeitados acima de qualquer brincadeira infantil, a qual deve ter limites. Se a pessoa se sentiu ofendida, deve mesmo buscar seus direitos. Mas vale lembrar também nem tudo pode ser como parece, e as coisas as vezes tomam proporções maiores do que realmente são, dependendo do ponto de vista.


Viva o Direito! Viva a livre iniciativa do debate!

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